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Prefeito não vai decretar feriadão nos dias de jogos

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O prefeito ACM Neto confirmou ontem que não vai decretar feriado municipal na capital baiana durante os seis dias de jogos do mundial de futebol de 2014. Se não houvesse atividade na cidade nos dias de partidas do Brasil e durante as disputas que ocorrem em Salvador, o mês teria apenas 12 dias úteis, levando-se em conta os sábados e domingos. “Não é razoável parar a cidade por um mês por causa da Copa do Mundo. Sabemos que, em jogos do Brasil, o esquema de trabalho será diferente.
Há seis dias de jogos em Salvador, além da comemoração de Corpus Christi, São João e 2 de julho.Teríamos um excesso de feriados no mesmo mês”, justificou. Para os dias de jogos na capital, o prefeito estuda a possibilidade
de definir um turno diferenciado para o servidor público. “A ideia é liberar os funcionários com mais ou menos três horas de antecedência das partidas para não haver problemas com uma saída coletiva de pessoas em horário de pico e próximo ao jogo” sugere. Conforme Neto, a decisão não vai causar grande impacto no trânsito, porque no período dos jogos haverá férias escolares tanto na rede pública como na particular. Calcula-se que a mudança do calendário escolar reduza o número de automóveis nas ruas em até 25%. Além disso, a Transalvador já planeja uma série de intervenções no trânsito para evitar congestionamentos.
Comércio
A decisão agradou empresários e representantes do comércio. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindiloja), Paulo Motta, a entidade já havia protocolado um documento na prefeitura, pedindo que o feriado não fosse decretado. Esteano,o comércio deixou de vender 40% durante os feriados dos jogos da Copa das Confederações.
Para Paulo Motta, o prejuízo seria ainda maior em 2014. Além de se tratar de um período mais extenso, as paralisações afetariam as vendas do Dia dos Namorados e de São João, momentos importantes para o varejo. Os comerciantes também teriam um prejuízo de R$ 33 por profissional para manter o funcionamento das lojas no feriado. “Estou muito satisfeito. Essa decisão vai permitir que a economia funcione, normalmente”, comemorou. Carlos Amaral, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio) também apoia a medida. “Eu acho que a posição do prefeito está correta. A Copa é um momento de diversão, mas não se pode tirar o público da normalidade. A paralisação das atividades se justificaria se fosse a última partida com o Brasil disputando”, opinou. Quem não gostou muito da decisão foram os comerciários. Para Ana Maria Ferreira, 28, vendedora de uma loja de sapatos, a medida favorece apenas os empresários.
“Trabalhamos de domingo a domingo. Essa seria uma oportunidade de nos reunirmos com a família, ou receber uma gratificação pelo feriado”, defende. O funcionário público Vaber Santana, 25, já planejava viajar durante os jogos. “Desde que soube dos dias das partidas, pensei em ir ao Rio de Janeiro. Planejava até comprar as passagens”, conta.
Para José Alves, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem na Bahia (Abav-Ba), a inexistência do feriado não trará impacto às agências. “A maioria das viagens acontecem porque esse é um período de férias. As demais pessoas que tinham se planejado,pensando nos dias de jogos, podem adiar para um outro momento”, diz. Segundo ele, a preocupação maior dos empresários era em relação ao período extenso sem atividades, o que prejudicaria a economia.

Fonte: A Tarde – PRISCILA MACHADO